Rio de Janeiro

Pescadores e ambientalistas se unem pela conservação dos manguezais fluminenses

A ONG Guardiões do Mar, que há 25 anos atua em projetos socioambientais pelos ambientes marinhos e costeiros da Baía de Guanabara, chega à Baía de Sepetiba com o novo projeto Do Mangue ao Mar. Durante os próximos três anos, em parceria com a Transpetro, a instituição irá desenvolver atividades que fomentam o protagonismo de povos do mar (pescadores artesanais, caiçaras, catadores de caranguejo e quilombolas), incentivando o turismo de base comunitária com a valorização da cultura local, por meio de formações continuadas (cursos e oficinas) e realização de eventos.

Créditos: Rodrigo Campanário

O projeto Do Mangue ao Mar atua em localidades diversas, nas regiões das Baías de Sepetiba (Itaguaí, Mangaratiba e Angra dos Reis) e Guanabara (Magé, Duque de Caxias), diretamente atendidos. Além disso, com o histórico de 25 anos dos Guardiões no território, lideranças de Itaboraí, São Gonçalo, Niterói e Rio de Janeiro já manifestaram apoio e participarão de diversas atividades do projeto. Elas proporão, por exemplo, ações para enfrentamento aos problemas socioambientais incentivando a liderança das comunidades participantes.

Geralmente associados à insalubridade, devido ao seu cheiro típico e à dificuldade em acessá-los, os manguezais fluminenses não têm sua importância ecológica reconhecida e, às margens dos cuidados ambientais, são degradados.

Créditos: Rodrigo Campanário

O ambientalista Pedro Belga, presidente da ONG Guardiões do Mar, ressalta a importância do novo projeto Do Mangue ao Mar. “A perda de territórios essenciais à atividade pesqueira artesanal é constante. Já na década de 1990, o geógrafo Elmo Amador, através de uma cuidadosa recuperação histórica da ocupação da Baía de Guanabara, identificava as políticas de aterramento, os assoreamentos decorrentes da implantação de aterros sanitários e as atividades industriais e agrícolas no entorno, responsáveis por um processo de degradação, agravado pela ocupação desordenada, mas anteriormente definido por escolhas políticas de uso desse espaço. Nosso trabalho hoje é identificar e fortalecer os povos do mar que ainda resistem nestes territórios, incentivá-los a participar dos diversos coletivos existentes para valorização de sua voz e experiência, pois deles depende o futuro das Baías da Guanabara e de Sepetiba”.

Créditos: Rodrigo Campanário

A partir de um levantamento da realidade socioambiental, que está sendo diagnosticado em cocriação com as lideranças e com a CONFREM (Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas), serão realizadas legalizações e doação de kits para a sociedade civil (organizações locais de pescadores), além de atividades socioculturais e de geração de renda, promovendo capacitação e engajamento com a causa da conservação.

Algumas formações serão ministradas pela Capitania dos Portos como: Marinheiro Auxiliar de Convés, Marinheiro Auxiliar de Máquina e Pescador Profissional – POP e ESEP, além de cursos de carpintaria naval e de manutenção de motores a diesel. Os editais e vagas gratuitas serão lançadas através do Instagram @mangueaomar.

A educação ambiental e inclusiva (para pessoas surdas, cegas e com diversidade intelectual e motora) é outro destaque com a criação de coletivos jovens ambientais e a aplicação do Programa de Educação Ambiental para Combate ao Lixo no Mangue e no Mar – PEA-CoaLiMMar nas escolas da região, abordando temas como o reconhecimento das regiões costeiras e suas comunidades tradicionais, valorização do entorno e os problemas oriundos do lixo marinho e o impacto de resíduos sólidos descartados de forma incorreta. Tudo isso, aliado à produção de conhecimento e divulgação científica, em total sintonia com a Década da Cultura Oceânica.

As informações são da ONG Guardiões do Mar

Rogerio Silva

Rogério Silva é Jornalista, Historiador e Fotografo Profissional. Cursou Marketing Digital na Faculdade Castelo Branco, é morador da Zona Oeste do Rio de Janeiro.

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