Rio de Janeiro

Supervia diz que só tem dinheiro para mais um mês de operação

Empresa japonesa que controla SuperVia entrega concessão de trens ao estado

O grupo responsável pela Supervia, empresa privada que opera os trens urbanos do Rio de Janeiro, desistiu da concessão do sistema ferroviário. Os trens da Baixada Fluminense estão em estado completamente calamitoso.

Segundo o Correio da Manhã, em encontro entre o embaixador do Japão no Brasil e secretários de estado do Rio de Janeiro, foi entregue uma carta sinalizando a desistência da concessão firmada entre a empresa Mitsui e o governo.

Segundo a publicação, o embaixador japonês comunicou que os concessionários não possuem condições econômicas de operar o sistema, sendo necessário intervenção financeira do estado.

Os ramais operados pela Supervia atualmente vivem uma situação delicada, com furtos de centenas de quilômetros de cabos que impactam no sistema de sinalização, gravemente comprometido, sendo necessário muitas vezes a realização de licenciamento com rádios. Descarrilamentos tem se tornado rotina.

Descarrilamentos constantes na Supervia (Agetransp)
Descarrilamentos constantes na Supervia (Agetransp)

O cenário ainda inclui degradação da estrutura operacional, supressão de serviços e trens com intervalos gigantescos. Algumas estações foram inclusive tomadas por facções criminosas.

Em janeiro de 1987, a CBTU do Rio de Janeiro chegou a transportar em um único dia mais de 950 mil passageiros. Isso mostra que, de alguma forma, o modelo de concessão implantado no Rio de Janeiro não só tirou a preferência do modo ferroviário como também dilapidou todo o patrimônio existente.

O futuro dos trens urbanos do Rio de Janeiro é incerto. Se por um lado o estado pode assumir completamente a operação, através da estatização do serviço, por outro o governo poderá remodelar os contratos e relicitar de forma a tornar, por algum milagre, a assunção do negócio vantajoso para a iniciativa privada.

A Supervia não pode deixar o contrato imediatamente, o que obrigará o governo do Rio a medidas paliativas para manter os ramais operando. Atualmente circulam diariamente pelo sistema cerca de 350 mil passageiros, quase metade da demanda antes da pandemia.

A empresa assumiu os trens urbanos do Rio de Janeiro em 1998 com metas de modernizar a infraestrutura e investir em novos trens dentro do prazo de 25 anos de concessão, que venceriam em novembro deste ano. No entanto, aditivos prolongaram o contrato até 2038.

A Mitsui assumiu a concessionária em 2019, então administrada pela Odebrecht Transport.

Via
Jean Carlos
Fonte
Metrô CPTM

Rogerio Silva

Rogério Silva é Jornalista, Historiador e Fotografo Profissional. Cursou Marketing Digital na Faculdade Castelo Branco, é morador da Zona Oeste do Rio de Janeiro.

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