Preso por ameaçar mulheres, stalker é investigado por furto de equipamento de DJ em restaurante no Rio
Além de figurar em registros de ocorrências como autor de calúnia, difamação e até lesão corporal, Bruno César Roxo Ferreira, de 36 anos, também é investigado pela Polícia Civil do Rio por furto. De acordo com uma DJ, seus equipamentos avaliados em mais de R$ 18 mil foram subtraídos de um restaurante, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. O rapaz, que se apresentava como proprietário do estabelecimento, chegou a prometer que arcaria com seu prejuízo, mas parou de responder suas mensagens. Ele está preso pela prática conhecida como “stalking” contra uma mulher.
Segundo Gabriela Fernanda Cesário de Lara, conhecida como Gabis de Luz, de 24 anos, em 12 de novembro, Bruno entrou em contato com ela, por mensagem no Instagram, lhe propondo um contrato de R$ 1.500, além do aluguel do equipamento, para que ele tocasse durante quatro horas por três dias na semana no Piratas Beer, localizado no shopping Aerotown. Na ocasião, ele disse gostar de música eletrônica e contou já ter visto uma apresentação dela, em um quiosque na orla do bairro.
Gabriela então levou os equipamentos e os deixou no restaurante, já que retornaria nas tardes seguintes. No término do terceiro show, no entanto, a DJ diz ter continuado a receber desculpas de Bruno para não efetuar os pagamentos no total de R$ 2.700, como problemas em seu PIX. Ao retornar para buscar as caixas de som, foi informada por ele de que teriam sido furtados ou roubados. Quando solicitou as imagens de câmeras de vigilância do local, ela não foi atendida pelo empresário.
— Combinamos de eu tocar outros dias, mas ele passou a cancelar os eventos. Em um dos dias, inclusive, me desloquei até lá e novamente ele cancelou. A partir daí, comecei a achar estranho e pedi para buscar meus equipamentos, para que pudesse trabalhar em outros locais. Nesse momento, uma funcionária chegou a me contar que ele tinha levado para casa e passei a me sentir enrolada — relatou a jovem, em entrevista ao EXTRA.
A DJ conta que, após cobrar Bruno sobre um posicionamento sobre os cachês e as caixas de som, ele chegou a combinar datas para o ressarcimento, mas nunca cumpriu os prazos. Ela passou então a enviar mensagens no perfil do Piratas Beer, mas continuou com o prejuízo. Foi aí que decidiu fazer um registro de ocorrência pelo crime de furto, na 16ª DP (Barra da Tijuca):
— Ele me fez cair em um golpe, tive dificuldades financeiras e precisei divulgar uma vaquinha nas redes sociais para comprar tudo de novo. Meu equipamento é minha ferramenta de trabalho e ele tirou isso de mim. Desde então, tem sido muito desafiador e triste.
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Como O GLOBO mostrou, Bruno coleciona denúncias de ex-namoradas, locatária de imóvel e até funcionária de agência bancária. Na última terça-feira, ele foi preso por perseguir uma mulher que havia conhecido em um aplicativo de relacionamentos, duas semanas antes. De acordo com as investigações da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), com uma das vítimas, ele se tornou agressivo quando ela pediu que não a procurasse, pedindo o dinheiro que tinha gasto em passeios e jantares e ainda exigindo sexo.
Um levantamento feito pelo GLOBO em registros de ocorrências realizados pela Polícia Civil mostra ainda que, em 8 de outubro de ano passado, a proprietária de um imóvel na Estrada do Camorim, em Jacarepaguá, esteve na 32ª DP (Taquara). Na ocasião, ela relatou ter conversado por telefone com Bruno, por volta de 15h, sobre o aluguel do seu imóvel. Segundo ela, o empresário pagava diárias, há aproximadamente duas semanas, mas “ficou irritado” ao ser questionado sobre as cobranças.
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Na delegacia, a mulher contou que Bruno a ameaçou, dizendo saber onde ela morava, que tinha contatos e que iria “arrebentar seu marido de porrada”. Também em janeiro, a gerente de relacionamentos de uma agência bancária na Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, procurou a delegacia do bairro. Ela narrou que, após o empresário abrir uma conta no local, ela o avisou que a liberação de crédito não aconteceria de maneira imediata.
Na 19ª DP (Tijuca), a mulher disse ainda que, no dia seguinte, Bruno retornou ao banco interessado em contratar um seguro de vida e título de capitalização. Novamente, ela diz ter explicado que o crédito não seria de forma alguma instantânea. Ao sair da agência, o empresário passou a enviar mensagens a gerente oferecendo valores caso ela conseguisse efetuar tal liberação. Constrangida, disse que se sentia ofendida com o teor da conversa.
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Irritado com a negativa, ele passou a chamá-la de golpista, mentirosa e safada, escrever nas redes sociais que ela o havia ludibriado e ainda ameaçá-la de morte. “Minha vontade é mandar te matar, sua filha da puta, golpista safada”, escreveu em um dos textos. Em outro, afirmou conhecer seu horário de entrada e saída do trabalho e a demonstrar que conhecia seus familiares: “Só a sua morte ou do seu filho paga o que você fez comigo”.