Policia

Mulher que sequestrou a mãe chegou a ter prisão pedida por forjar denúncia de agressão contra namorado

Entre 2015 e 2020, o policial civil Luiz Cláudio Fernandes Pereira Lemgruber Kropf namorou Patrícia de Paiva Reis após o casal se conhecer em um aplicativo de relacionamentos. Neste período, o agente afirma ter suspeitado que ela maltratava seu filho e pediu a separação. Desde então, alega ter sido vítima de acusações forjadas de agressões, além de extorsão, calúnia e difamação por parte da moça, que foi presa em flagrante com o atual companheiro, Raphael Machado Costa Neves, por sequestrar a mãe e interná-la à força em clínicas psiquiátricas, na última sexta-feira.

— Lembro do dia que ela olhou no fundo dos meus olhos e prometeu: vou acabar com a sua vida, você vai ser expulso da Polícia Civil e vou te destruir. Hoje, quase três anos depois, vejo que ela conseguiu. Respondi a inquéritos por violência doméstica, com base na Lei Maria da Penha, por agressões que ela mesmo forjou. Em uma delas, bateu no rosto com o controle remoto e deixou marcas roxas no olho como se tivesse levado um soco. Cheguei a trabalhar usando tornozeleira eletrônica por nove meses e ainda tive minhas armas retiradas — contou Lemgruber Kropf, em entrevista ao Extra.

O policial civil Luiz Cláudio Lemgruber Kropf e a então companheira, Patrícia de Paiva Reis Foto: Reprodução

Em uma das ações, em 26 de janeiro desse ano, uma semana antes do sequestro da aposentada Maria Aparecida de Paiva, Patrícia reiterou o depoimento prestado em 24 de abril de 2019. Na ocasião, quando já tinha medidas protetivas contra o ex-companheiro, ela procurou a Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam) do Centro do Rio para relatar ter recebido uma solicitação de amizade dele em seu perfil no Instagram.

Patrícia de Paiva Reis, em foto publicada nas redes sociais em campanha contra a violência doméstica
Patrícia de Paiva Reis, em foto publicada nas redes sociais em campanha contra a violência doméstica Foto: Reprodução

Um inquérito aberto na especializada, no entanto, um mês antes, acabou por indiciar Patrícia pelo crime de denunciação caluniosa. Nesse procedimento, a delegada Débora Ferreira Rodrigues concluiu que episódios de agressões não ocorreram e que ela “utilizava-se de subterfúgios para incriminar o ex-namorado” e era “contumaz ao utilizar o sistema de Justiça Criminal como instrumento de vingança” contra ele.

“É evidente que a conduta de Patrícia ao atentar contra a honra pessoal a quem ela imputa o crime acarretou embaraços ao interesse da justiça, sobretudo da persecução penal, na medida que provocou a máquina indevidamente”, escreveu a delegada, que ainda representou pela sua prisão preventiva. Nas redes sociais, a moça chegou a criar uma página em que fez campanha contra a violência doméstica e publicou fotos em que aparecia com hematomas pelo corpo.

— É importante frisar que ela se valia justamente da Justiça Criminal e de todo o aparato estatal para criar situações a fim de prejudicar pessoas que não faziam o que ela queria — pondera o advogado Diogo Ferrari, que representa o policial civil.

Na última audiência do processo, segundo o despacho da juíza Camila Rocha Guerin, do I Juizado Violência Doméstica Familiar do Tribunal de Justiça do Rio, Patrícia narrou “intensa reiteração delitiva por parte do réu”, alegando que ele o persegue. Considerando as situações “estarrecedoras”, a magistrada determinou novamente a proibição de contato entre ambos por qualquer meio de comunicação, fixando como limite mínimo de proximidade 250 metros e a suspensão da posse de armas do agente. O descumprimento da medida pode acarretar a prisão preventiva de Lemgruber Kropf:

— Durante o tempo que estivemos juntos, eu a ajudei financeiramente, dei mesada para ela, paguei viagens, roupas, tratamentos estéticos. Quando ela percebeu que tinha realmente acabado, não se conformou e começou a ir em delegacias tentar atacar a minha imagem fazendo acusações infundadas. A Patrícia é psicopata, teatral, maquiavélica. Formei uma família, tenho dois filhos, um deles especial, e só gostaria que a justiça fosse feita, de uma vez por todas, e que ela fosse mantida presa, para que pare de fazer maldade com as pessoas.

Procurado, o advogado Ighor Vieira Villas Boas, que defende Patrícia, não foi localizado.

Por G1

Rogerio Silva

Rogério Silva é Jornalista, Historiador e Fotografo Profissional. Cursou Marketing Digital na Faculdade Castelo Branco, é morador da Zona Oeste do Rio de Janeiro.

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